Estamos definhando?

ImensaMente
2 min readJun 18, 2021

por Stephanie Correia

Ilustração por Estela May

No final de dezembro de 2019 começamos a escutar sobre um vírus desconhecido na China que estava causando alarme. De lá para cá, fomos descobrindo pouco a pouco do que se tratava e, ao mesmo tempo, vimos seu alcance chegar à escala global.

Sim, já faz mais de um ano que estamos vivendo uma pandemia e, além de todas as importantíssimas informações e cuidados sobre a saúde física, também se faz necessária a reflexão e o cuidado da saúde mental. A pandemia e o isolamento social tocou em pontos muito particulares para cada um de nós, mas algumas coisas nos são compartilhadas:

  • O medo e a insegurança diante das incertezas da doença;
  • O sofrimento diante das milhares de mortes diárias (especialmente quanto se trata de um familiar ou conhecido próximo);
  • Alterações de humor e atenção;
  • Oscilações nos níveis de motivação e energia para execução das mais diferentes tarefas;
  • Mudanças acentuadas e adequações decorrentes na dinâmica das rotinas.

O texto escrito por Adam Grant ao jornal The New York Times em maio desse ano (traduzido por Luiz Roberto M. Gonçalves na Folha de S. Paulo) fala justamente de um estado mental compartilhado por muitos durante o isolamento social dessa pandemia: “languishing” em Inglês, ou “definhamento”. Segundo o autor, trata-se de “um sentimento de estagnação e vazio. Parece que você esta se arrastando pelos dias, vendo sua vida através de uma janela embaçada”. Poder reconhecer e compartilhar algo que tantas pessoas estão sentindo pode ajudar a dar contorno para algo que nos incomoda e talvez até nos atrapalhe na vida cotidiana. Ele ressalta dois pontos importantes como poderosas formas de equilibrarmos esse estado, a saber: a definição de limites temporais (e espaciais, se possível) para a realização de tarefas; e o reconhecimento das pequenas conquistas que temos todos os dias, além da busca por aquilo que gostamos e nos dá prazer, por menor que seja.

Porém, o que gostaríamos de apontar aqui é que, para além dos pontos trazidos pelo autor, é de suma importância que as pessoas procurem profissionais da saúde mental para auxiliar durante momentos tão difíceis como o que estamos passando. Os diferentes aspectos ligados à qualidade de vida passam não só pela saúde física, mas também (e principalmente) pela saúde mental. O autocuidado, como sempre, é a melhor e maior forma de cuidado coletivo.

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